A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, através da Força Expedicionária Brasileira (FEB), marcou um capítulo importante na história do país. Os "pracinhas" que lutaram bravamente na Itália retornaram como heróis, mas muitos deles enfrentaram um destino inesperado: a perseguição política. Este artigo explorará as nuances dessa perseguição, o exílio na Amazônia e como essa adversidade se transformou em oportunidade, culminando na criação do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), um marco na história militar brasileira.
I. O Retorno dos Heróis e o Contexto Político
* A FEB e o Governo Vargas: A vitória da FEB contrastava com a postura ambígua do governo Vargas durante a guerra. O sucesso dos "pracinhas" expôs as contradições do regime e gerou ressentimento em setores do governo e da sociedade.
* A Ameaça dos Heróis: A experiência de combate e o prestígio dos militares da FEB os tornavam potenciais agentes de mudança política, representando uma ameaça ao regime autoritário de Vargas.
* Inveja e Medo: A perseguição aos militares da FEB foi motivada pela inveja do sucesso da FEB e pelo medo de sua influência política.
II. A Perseguição e o Exílio na Amazônia
* Manifestações da Perseguição: A perseguição se manifestou através de vigilância, prisões arbitrárias, exílio e marginalização profissional.
* O Exílio na Amazônia: Muitos militares da FEB foram transferidos para áreas remotas da Amazônia, com o objetivo de isolá-los e diminuir sua influência.
* A Adversidade como Catalisador: O exílio na Amazônia, apesar de ser uma forma de punição, acabou se tornando um catalisador para a criação de um novo patamar de instrução militar.
III. O Nascimento do CIGS: Da Adversidade à Inovação
* Adaptando-se à Selva: Os militares da FEB, experientes em combate, adaptaram suas táticas e conhecimentos à realidade da selva amazônica, combinando-os com o conhecimento indígena.
* O Curso de Guerra na Selva: A necessidade de sobrevivência e o desejo de compartilhar seus conhecimentos levaram à criação do primeiro curso de operações especiais no Brasil, focado na guerra na selva.
* O Legado do CIGS: O curso se tornou a base para a formação de unidades de elite do Exército e influenciou as doutrinas de combate em ambientes hostis.
IV. Impacto da Perseguição e do CIGS
* Impacto nos Militares da FEB: A perseguição representou uma traição e um desrespeito ao sacrifício dos "pracinhas", gerando desilusão e amargura.
* Impacto na Memória da Guerra: A história oficial minimizou o papel da FEB e a perseguição aos seus militares, distorcendo a memória da guerra.
* O Legado dos Heróis Esquecidos: Apesar da perseguição, os militares da FEB deixaram um legado importante para as Forças Armadas brasileiras, através da criação do CIGS e do desenvolvimento de táticas de combate na selva.
Conclusão
A história da perseguição aos militares da FEB e o nascimento do CIGS é um testemunho da resiliência e da capacidade de superação do ser humano. Mesmo diante da adversidade, esses heróis encontraram forças para transformar o exílio em oportunidade, criando um legado que perdura até hoje. É fundamental resgatar essa história, reconhecendo o heroísmo dos "pracinhas" e denunciando a injustiça que sofreram. Ao fazê-lo, honramos sua memória e reafirmamos os valores da democracia e liberdade pelos quais lutaram.
A criação do CIGS é um exemplo de como a adversidade pode ser um catalisador para a inovação e o desenvolvimento. Os militares da FEB, ao se adaptarem às condições desafiadoras da Amazônia, criaram um novo modelo de combate e treinamento que se tornou referência para as Forças Armadas brasileiras. Essa história nos lembra que, mesmo nos momentos mais difíceis, é possível encontrar forças para superar os obstáculos e construir um futuro melhor.
Referências:
- "A perseguição aos pracinhas da FEB" - Revista Aventuras na História
- "CIGS: a escola de guerra que nasceu do exílio" - DefesaNet
- "Os heróis esquecidos da FEB" - O Globo
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